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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Obstetras cobram taxa extra para fazer parto (GAZETA)- Outra Opinião (PSICOCARDIO)

http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1147993&tit=Obstetras-cobram-taxa-extra-para-fazer-parto

A novidade, segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa), tem tudo para virar uma prática oficial da especialidade. Usuários da Unimed Curitiba, precisariam pagar R$ 2,3 mil “por fora” caso quisessem que a profissional ficasse à disposição 24 horas para a realização do parto – a opção seria o atendimento pelo plantonista do hospital. Indignado, o casal procurou outra profissional que disse também cobrar um valor adicional para o parto, entre R$ 800 e R$ 1 mil. Procurada pela reportagem (GAZETA), a Sogipa, que representa cerca de mil ginecologistas e obstetras no estado, disse que o valor adicional, chamado de “taxa de disponibilidade”, é uma iniciativa da classe como um todo.
O promotor da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, do Ministério Público do Paraná, o promotor Clayton Albuquerque Mara­nhão diz que a cobrança adicional para a realização do parto a qualquer tempo pode ser contestada justamente porque a maior parte dos nascimentos tem ocorrido por cesária, que, na maioria das vezes, tem data e hora marcada. Além disso, qualquer cobrança por procedimento coberto pelo plano merece avaliação mais detalhada. O promotor pede que consumidores com o mesmo problema entrem em contato com o MP-PR, por e-mail (consumidor@mp.pr.gov.br).
A Unimed Curitiba informou, por nota, que não compactua com a conduta, na medida em que, havendo cobertura para o procedimento, a Unimed Curitiba emite a autorização das guias necessárias para a sua realização, não sendo devido qualquer pagamento pelo cliente e nem tampouco a necessidade de alteração da acomodação contratada. A cooperativa pede que casos como esse sejam relatados à ouvidoria, no número 0800-6422002.




Outra Opinião (PSICOCARDIO) 


Esses são os dados da reportagem da GAZETA DO POVO e manchete dos jornais de hoje. 
Não há espanto - a história da medicina caminhou para a Era da Especialização e temos profissionais capacitados para funções tão específicas que é um espanto - no melhor e no pior sentido.
Aqui em Curitiba, se você for cliente da UNIMED, e eu - sou uma mulher - e vejo muitas mulheres profissionalmente que procuram por um ginecologista, que também seja um obstetra. Alinhar as duas funções é possível, mas não raro que o ginecologista não seja obstetra. Se como usuária - você perguntar por algum que faça PARTO NORMAL - aí o espanto aumenta. Pasmem, mas a maioria dos médicos hoje oferece A CESÁRIA e a promove como O MELHOR MÉTODO PARA O PARTO. Na verdade, como diz a reportagem da GAZETA:  a cesária ocorre com data e hora marcada, o que é uma economia de tempo para o médico que pode chegar, e no valor otimizado de uma cirurgia pode estar saindo: acredito que na era pós-industrialização é a melhor forma de colocar bebês no mundo "em série" sem levar em conta a natureza.
Enfim: PARTO NORMAL - alguns ginecologistas e obstetras apresentam um ar de deboche sobre o assunto - e sugerem que você então se dirija ao MULHER CURITIBANA um programa da Prefeitura de Curitiba, que oferece o serviço do Hospital Evangélico.
Enfim, você também pode procurar um DOULA - que seria uma parteira alternativa - que atende em casa, ou pagar por algum dos raros médicos que ainda se dispõem a esse serviço - mas que não se submetem a planos de saúde.
Há alguns anos, a classe média - para ter um atendimento melhor do que os oferecidos pelo governo (os quais pagamos através de impostos) se mobilizou e separou uma parte de sua renda para os planos de saúde oferecidos por cooperativas médicas, já que esses profissionais (os médicos) também recebiam miséria do SUS,  e não poderiam cobrar o mesmo valor que de uma classe A para os demais (uma consulta de um profissional de renome pode custar entre um e dois salários mínimos).
Enfim, deveria ser bom para todos - ledo engano. Os médicos hoje não estão satisfeitos porquê as cooperativas exploram toda a classe em detrimentos de alguns (médicos que administram a cooperativa). E, claro, os usuários ficam chocados, pois pagam bem e não tem um serviço a contento.
Enfim: em tempos modernos a história do senhor e do escravo se repete. Alguns poucos enriquecem para os escravos que padecem.
Mas as perguntas que não calam são:

"você que escolheu ser médico - que jurou o discurso de Hipócrates - que também escolheu como especialidade a ginecologia e obstetrícia - acha justou impor horário de nascimento aos bebês e um método que lhe favorece?"

"você que escolheu ser médico - que jurou o discurso de Hipócrates - que também escolheu como especialidade a ginecologia e obstetrícia - acha justou não compactuar com a natureza humana e negar o parto normal as mulheres?

"você que escolheu ser médico - que jurou o discurso de Hipócrates - que também escolheu como especialidade a ginecologia e obstetrícia - acha justou se inscrever em um plano de saúde e cobrar a conta duas vezes?"

Enfim - exploração é a palavra da vez no dia a dia da humanidade, o fato é que: se eu explorar o próximo tudo bem - melhor prá mim; contudo jamais admitirei ser explorado. Será mesmo que os senhores e os escravos se foram e ficaram apenas na retórica da filosofia?




Um comentário:

  1. óTIMA MATÉRIA. É REALMENTE UMA VERGONHA OS MÉDICOS ACEITAREM ATENDER ALGUNS PLANOS DE SAÚDE E COBRAREM TAXAS EXTRAS. AFINAL, JÁ SABEM AO ASSINAR O CONTRATO DOS VALORES REPASSADOS. SÃO SEM VERGONHA.
    OUTRA COISA QUE ACONTECE SÃO OS MÉDICOS, DENTISTAS E OUTROS QUE PRESTAM O SERVIÇO, DÃO DESCONTO E NÃO FAZEM O RECIBO PORQUE O IMPOSTO DE RENDA CONSOME SEUS LUCROS, SE QUISER RECIBO NÃO DÃO DESCONTO. É MOLE?

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